2025/10/31
Deputada valecambrense expôs a sua proposta em audição do ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
A deputada do PSD Adriana Rodrigues quer ver construído um centro tecnológico em Vale de Cambra, para dar resposta às necessidades do tecido empresarial local. Intervindo na discussão, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2026, a paramentar social democrata manifestou preocupação pelo aumento das tarifas alfandegárias sobre o aço, que poderão ter grande impacto na economia local.
“Sendo Vale de Cambra considerada como a capital do aço e inox, com grandes grupos empresariais, e centenas de pequenas, médias e microempresas, reunindo know-how, experiência e competência, há uma infraestrutura essencial para que a nossa indústria continue a crescer e a contribuir significativamente para a geração de riqueza nacional – um centro tecnológico na área da indústria metalúrgica e metalomecânica”, referiu Adriana Rodrigues numa audição do ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Para a deputada aveirense, a infraestrutura será um “espaço essencial para criar, para inovar, para testar e aplicar soluções tecnológicas”, atendendo a que, como referiu, “Vale de Cambra é um dos clusters industriais mais relevantes, nomeadamente na área metalúrgica e metalomecânica, com relevante contributo para o PIB nacional”.
A este respeito, o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, recordou que Vale de Cambra tem hoje “um grande peso no movimento associativo e até do centro tecnológico da metalomecânica”, dizendo-se “certo” de que poderá haver uma “ponte, do ponto de vista da formação” com aquele equipamento.
“Vale de Cambra é um exemplo a nível mundial daquilo que é a eficiência, a eficácia, o conhecimento e a projeção da indústria metalomecânica, com empresas que não são, sequer, líderes em Portugal”, vincou João Rui Ferreira.
Na sua intervenção, Adriana Rodrigues manifestou apreensão pela proposta da Comissão Europeia de elevar as tarifas alfandegárias sobre o aço, de 25 para 50 por cento, “situação muito preocupante, dado que ameaça a competitividade das empresas portuguesas, mas muito em particular a indústria valecambrense”.
“A Associação Empresarial de Cambra e Arouca, perfeitamente consciente das vicissitudes, caraterísticas e necessidades do tecido empresarial de Vale de Cambra, tem vindo reiteradamente, à semelhança de outras associações de territórios similares, a reivindicar políticas fiscais que promovam a discriminação positiva para empresas dos territórios de baixa densidade”, concluiu a deputada do PSD.
Para João Rui Ferreira, a propostas da Comissão Europeia aponta no sentido da defesa do setor produtor a nível europeu, “porque tem uma lógica de soberania de defesa dessa indústria”. Na sua opinião, “a questão é saber-se qual será o equilíbrio entre a defesa do setor produtor e a proteção da indústria transformadora, que na região da senhora deputada [Adriana Rodrigues] tem um peso muito grande”.